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 A real beleza de um combate, Opus II - Construção do Show

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miths
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A real beleza de um combate, Opus II - Construção do Show Empty
MensagemAssunto: A real beleza de um combate, Opus II - Construção do Show   A real beleza de um combate, Opus II - Construção do Show EmptySeg Out 05, 2009 4:58 pm



Na véspera do lançamento de mais um show da NVW, volto a atacar com mais um evangelho segundo Zé Miths, com o objectivo de trazer alguma luz sobre como compor não só os combates de um show mas também sobre a maneira de os preparar para serem as peças com encaixe correcto desse puzzle enigmático que é um show de e-wrestling.

Primeira preocupação que devem ter: o vosso melhor combate é o main event.

Ponto final paragrafo. É aquele que à partida deve ser o maior e, se o não for, tem de sempre ser aquele que mais excitação trará a quem lê o show.

É aquele em que podem usar os melhores spots, gastar mais tempo a desenvolver o suspense, trabalhar mais determinadas áreas - o que implica saberem fazer o selling de tudo o que é feito e fazerem o leitor sentir a dor de cada wrestler - enfim, construírem bem o drama que se desfaz no final e saberem aí ganhar o entusiasmo máximo de quem lê.

É esse entusiasmo final, o verdadeiro pop do leitor, que vai ser capaz de arrancar comentários ao show, que vai motivar promos sobre o show, que vai fazer as pessoas esperarem e lerem o próximo show todo. Um grande combate final em cada show irá fazer as pessoas entusiasmarem-se muito mais e garantir que o vosso trabalho no próximo show irá valer a pena.

Tempo é dinheiro, escrever para aquecer não vale a pena. O que fazem tem de ter retribuição e vocês têm de a conquistar ao leitor com o vosso trabalho.


Segunda preocupação: o opener tem de ser o vosso segundo melhor combate.

Porque? Com o público facilmente dispersável que o e-wrestling actual tem, se não os agarram logo no primeiro combate eles já não vão ler mais nenhum combate inteiro e a team andou a trabalhar para nada.

O opener é, para mim, o combate mais difícil de fazer. Isto é assim porque, embora não tenha de ser o mais pequeno do show, não se pode alongar muito. A ordem natural diz-nos que o combate que vem por último é o que o público tem mais interesse, logo o primeiro será o mais dispensável. Raramente os combate terão uma storyline por trás e quando têm são as dos angles mais básicos que estão a acontecer na federação.

O opener sofre ainda de um problema que irei falar no terceiro ponto, que se segue já de seguida


Terceira preocupação: o show tem de ser um crescendo.

O que quero dizer com isto? Quero dizer que não podem ter as vossas maiores apostas num momento inicial do show e deixar a desejar no resto. Não é lógico ter combates com muito fogo de artificio logo ao inicio e depois no final ser um combate normalzinho. Vejam pela última Wrestlemania. Tiveram o Money in the Bank, depois o Shawn Michaels vs Undertaker e... depois algo manhoso no 3 Way e no Orton vs HHH.

Pacing. Repitam alto comigo: P-A-C-I-N-G... Pacing. Isto significa saber coordenar o ritmo de um show. Implica saber moderar o que põem nos combates. Significa saber encaminhar o show para que no final quem lê se sinta satisfeito de ter gasto o seu tempo a ler aquilo que escreveram, o que claramente a Wrestlemania não foi capaz.

O principio para estruturar um show é o mesmo que para um combate: Um inicio, um desenvolvimento e um fim. E tal como um combate, a história e a emoção têm de se adensar ao longo do show. E isto tem várias consequências.


A primeira destas consequências é saber fazer o opener a ser entusiasmante sem ter grandes spots, sem se usar objectos extra, sem intervenções de personagens extra... Enfim, sem o tipo de coisas que está reservado ao main event. O opener tem de ser um combate de wrestling puro e bastante sólido. Admito que não é fácil, por isso disse o que disse no ponto anterior.


A segunda é saberem moderar o ritmo do show. Se têm um show de 5 combates, é bom que o 3º seja mais levezinho, para diminuir o ritmo antes de ser entrar no 4º combate e finalmente no main event. Se tiverem mais do que isso, mais pausas tem de se saber dar.

Vejam a estrutura típica dos anos 80 na WWF: tinhamos o combate pelo Intercontinental Title para carburar os motores mais para o ínicio, lá pro meio tinhamos o pelos Tag Titles para voltar a despertar interesse e os dois últimos combates eram muito fortes, sendo o último o combate do Hulk Hogan que era para o pessoal sair todo contente com a vitória do heroi.

As promos desempenham um papel importante nisto. Uma boa promo a seguir ao combate mais leve poderá ser o suficiente manter o nível de entusiasmo na leitura do show. Saber plantar pelo show as promos mais fortes de forma a conseguir uma maior consistência deste é uma arte tão relevante quanto a de ser capaz de as escrever.


A terceira é a regra de ouro: nunca repetir nada de seguida. Se tiverem uma stable com vários combates, não os metam uns a seguir aos outros. Se tiverem um combate baseado no trabalho de um braço, não tenham os combates logo a seguir com trabalhar o braço. Não repitam em vários combates as mesmas sequencias de spots, não ponham as personagens a usar os mesmos golpes nos momentos essenciais, não façam tudo parecer igual.

Associada a esta regra está o facto do pessoal ter a mania de porem todos os mesmos golpes para as personagens. Pois bem, o segredo está na capacidade do writer de saber escolher dentro dos golpes disponiveis e saber dispor os combates de forma a não termos dois combates seguidos a acabarem com o mesmo golpe ou de termos num combate um wrestler a usar um golpe como finisher e o outro wrestler a usa-lo como um golpe banal. É preciso ter respeito pelos finishers, têm de ser relevantes e o mais únicos possíveis.

A quarta já foi referida muitas vezes aqui: o final tem de ser forte. Mas para o final ser forte é preciso que tenha coisas que os outros combates não têm. Será aquele em que se podem utilizar mais Signature Moves, mais spots complexos, mais tempo, mais de tudo. Há medida que o show avança, podem-se utilizar mais coisas.

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Em modo de resumo, pensem nisto como um filme de acção. Se a cena com mais impacto, mais explosões e mais drama estiver ao inicio e a partir daí tudo for fraquinho, vocês saem contentes do filme? Não pois não?

Agora pensem nisto como um gráfico com uma série de rectas a apontar para cima. Elas estarão sempre a apontar para cima, mas a inclinação pode ser maior ou menor. A recta de maior inclinação é a última e a segunda mais inclinada será a primeira

Até à proxima.
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