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 Red, bloody eyes.

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Sezarus
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MensagemAssunto: Red, bloody eyes.   Red, bloody eyes. EmptySeg Set 14, 2009 4:21 pm

Iraque - 18 de Maio, 1981.

Um Sol radiante resplandece majestosamente no limpo céu, banhando de luz a areia quente, fogosa. O mar de areia brilha com fulgor sem igual, lavrando terreno sem fim à vista, tão longe quanto o olhar pudesse alcançar. No entanto, é no meio deste pleno mar que se encontra a mais mínima réstia de vida.

Um pequeno amontoado de rústicas tendas, meros montes de arame e metal cobertos por farrapos, cobre uma área mínima nesta imensidão. E é nestas tendas que um grupo de arqueólogos e aventureiros tentam fazer história, escavando profundamente.

No meio da escavação, um belo homem, loiro e bem vestido, usando um distinto par de óculos, visiona os trabalhadores enquanto fala com uma mulher.


Silas Anderson (Num sotaque tipicamente inglês): É desta, Jenn. Ao fim de tantos anos, vamos conseguir descobrir o que sempre desejamos. Artefactos sumérios de valor indescritível.

A mulher assente e sorri, afagando nos seus braços uma tenro recém nascido.

Jenn Anderson: Espero bem que os encontrem depressa. Estou farta de toda esta pesquisa, de todas estas viagens. Encontra lá os teus artefactos, mas voltemos rapidamente para Londres, para o nosso merecido descanso.

Silas Anderson (Rindo): Não estaremos muito longe do teu desejo. Esperemos apenas mais um par de dias.

Silas abraça a sua mulher com carinho, e dá-lhe um leve beijo na face. Poucas horas depois, cairia a noite cerrada, e dormiam descansados na sua tenda.

É durante a calma da noite que o acampamento é, pouco a pouco, cercado por um grupo de nómadas, guerreiros imundos das areias, que procuravam sustento nas caravanas que pudessem cercar e demolir.

À visão da primeira tenda em chamas, instala-se o pânico. Jenn esconde o pequeno petiz numa colcha e afasta-o da tenda, enquanto o seu pai jazia morto no chão. Pouco tempo depois, estaria órfão de pais, e veria o inferno em chamas à sua volta, repousando no meio de escombros ferrugentos e corpos mutilados.


...


Raia o Sol novamente, para um dia novo. Sozinho no meio do nada, sentindo a falta maternal, a criança chora desalmadamente. E reclamando uma sorte reservada apenas apenas aos mais sortudos, a sua prece é ouvida.

Uma caravana que por tal sitio passava, seguindo o fumo das tendas em chamas, ouviria o choro do petiz. Um nobre homem de pele morena e longa barba cinzenta salta da sua montada e encontra a criança meio enterrada na areia, chorando a plenos pulmões. Olha em seu redor e vê a matança perpetuada naquele local.


Al'Kasel (Cuspindo no chão): Malditos nómadas, seres imundos.

Kasel levanta a criança do chão e deposita-a nos seus braços. Ao longe ouvia-se a voz de alguém que o acompanhava, dizendo-lhe para deixar a criança ao seu destino. Kasel olha para o petiz, e este olha para ele, com uns olhos profundos, de uma cor vermelha incandescente. O homem fica atónito a olhar para a criança.

Al'Kasel (Voltando à sua montada): Não. Esta criança é um prenúncio. É um sobrevivente. Viverá para contar a sua história enquanto um de nós. Olhem para os seus olhos: vermelhos como o sangue vivo. Viverá para se tornar um bom guerreiro.

Ouvem-se protestos na caravana. Trazer uma criança de outras regiões seria um mau prenúncio para a sua povoação. Kasel não faz nada mais que não ordenar.

Al'Kasel (Falando duramente numa voz áspera): Silêncio! Não estou apto a discussões, nem as deveríamos ter. Este rapaz será como meu filho, e viverá como tal. Será forte, e digno de ser meu herdeiro. Caso contrário, morrerá. Não há mais nada a dizer.

Os outros intervenientes silenciam-se, e prosseguem o seu caminho lentamente. Kasel olha tenramente para o jovem rapaz, tão diferente do seu povo.

"Rapaz dos olhos vermelhos, o teu nome é agora Gilgamesh, dignificando o rei sumério."

Kasel sorri, e aperta o jovem, já adormecido, contra o seu peito.
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Sezarus
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MensagemAssunto: Re: Red, bloody eyes.   Red, bloody eyes. EmptyQua Set 23, 2009 3:52 am

Hilsir, numa remota província do Iraque, à vários anos atrás.


Hilsir nunca passara de uma pequena povoação no meio do deserto. Visitantes, muitos dos quais apenas paravam para se reabastecer, diriam que lideraria a tabela de locais mais pobres por onde passaram. As ruas estéreis, desprovidas de vida ou interesse, pejadas de pobres e imundas barracas, semeavam o ventre de uma localização morta, a quem ninguém daria significado futuro.

O quão se enganariam a longo prazo.

Fharid Saleh, um nobre e bondoso comerciante, chegara à província acompanhado da sua mulher e filho, num passado remoto. Procurava fazer fortuna, mas nunca esperaria encontrar o futuro ali. Um rico veio de petróleo puro inundava o subsolo de Hilsir, e Fharid explorou-o profundamente. Não sendo apegado à riqueza, partilhou a sua descoberta com os habitantes, enriquecendo Hilsir de uma forma exponencial.

Uma estátua sua encontra-se hoje na praça principal da povoação, tal como um largo palacete dedicado em sua honra, e a de todos os seus descendentes. E foi nesse palacete de mármore que vivera o seu último descendente, Al'Kasel Saleh.


Num largo salão de beleza inexplicável, o Sol reluz na pedra maciça. Ouvem-se os risos das crianças lá fora, riso esse que ecoa profundamente nas paredes do palacete. Contudo, neste mesmo salão, há uma criança que nunca viria a ter razões para se rir de tal maneira.

"A escuridão é tudo o que me abrange. O fumo que inalo entorpece-me os sentidos. E ouço-os lá fora, felizes com as suas pacatas vidas. Nada interessa, manter-me-hei concentrado."

...: Defende-te!

Ouve-se o barulho seco e frio de metal a embater contra metal. Um homem de larga estatura, pele escura e cabeça enrolada num turbante branco, acabara de desferir um golpe forte de sabre contra uma pequena criança, vendada, que se defendia como conseguia, e que dá largos passos atrás depois do golpe. Ao longe, um homem exalava fumo calmamente, sentado numa almofada.

Al'Kasel (Friamente): Continua, Zalamel. Aprenderá a defender-se, nem que tenha de perder uma mão para tal.

O homem de tez escura assente, e prepara-se para desferir novo golpe.

Zalamel (Gritando): Estás preparado, Gilgamesh ?

Gilgamesh (Num tom de voz baixo): Est ...

O homem ataca antes do previsto. Ouve-se a frieza do metal a cortar o ar com rapidez, mas o jovem previne o ataque com o seu sabre, embora se tenha de prostrar de joelhos. Rapidamente, rebolando à sua frente, desfere um leve corte nas costas do seu oponente, que sorri. Os seus movimentos eram rápidos e fluídos, e os seus ataques eram belos e mortíferos. Estava a ser bem treinado.

Zalamel (Sorrindo): Nada mau. Tentemos novamente.

Gilgamesh engole em seco.

"É isto para o que nasci ? Para ser uma arma, para vencer ? Não poderia viver eu uma vida pacata, como a das crianças que lá foram brin ..."

Gilgamesh sente uma dor acutilante na face. Zalamel quebrara a sua defesa, e acertara-lhe com o punho do sabre no nariz, ferindo-o.


Zalamel (Gritando): Não sei no que estás a pensar, jovem, mas certamente não será neste combate. Se queres sair daqui inteiro, dir-te-ia para me matares, e não para te exibires com cortes fúteis.

Al'Kasel (Num tom calmo): Parem por hoje. Vai lavar a cara, Gilgamesh, e retoma aos teus treinos de sabre sozinho.

Gilgamesh (Tocando no nariz ensanguentado): Sim, senhor.

Gilgamesh retira a venda que lhe cobria a vista e desaparece pelo corredor. Zalamel dirige-se ao homem sentado na almofada.

Zalamel: É um excelente lutador. Esperar-se-iam grandes feitos do rapaz, caso deixasse os pensamentos desnecessários de parte.

Al'Kasel (Sorrindo): E deixa-los-há. Para ser digno de ser herdeiro da familia Saleh, deixa-los-há. E aí sim, cumprirá o destino que vi nos seus olhos.

A noite reina em Hilsir. Quando outrora reinara um calor desumano, estava agora o deserto coberto por um frio gélido. No entanto, jovens agrupavam-se em volta de fogueiras, cantando e contando histórias, vivendo a sua noite calmamente. E do topo do palacete, aquele jovem de tez clara continuava os seus treinos.

"É para isto que vivo, é para isto que existo. Pensar de outra maneira seria errado, viver de outra maneira seria mentir-me a mim mesmo. Eu não sou como os outros, e como tal ... viverei o meu destino. Viverei para ser o melhor, e nunca menos."

É com este pensamento que Gilgamesh, em tronco nu, desfere um golpe frio no ar, com toda a sua força.
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